sábado, 25 de fevereiro de 2012

Coyhiaque a Vila Mañihuales

Logo pela manha tinhamos que decidir o que fariamos, enquanto o Luciano, o Allan e o Nondas sairam para entrar na fila de combustivel eu e a Rose ficamos para arrumar as coisas. Tivemos que esperar os homens na recepção do hotel, foi até engraçado, toda hora escutavamos a recepcionista dizendo que algo estava acabando, era a carne, era a lenha... Ai nos tocamos, que devido aos piquetes( barreiras feitas pelos manifestantes no meio da estrada, onde caminhões são impedidos de prosseguir viagem e os carros eram liberados com 1:30 a 2 horas de espera ), que ja duravam 10 dias e continua ate hoje, as coisas estavam começando a faltar, inclusive lenha e comida. Enquanto isso, os meninos que estavam na fila de combustivel foram informados que ainda nem tinha previsão para chegar a gasolina, pouco folgados, fireram amizade com o pessoal da fila e pediram para que guardassem o lugar deles enquanto voltavam ao hotel. Quando chegaram procuramos na internet se tinha problema colocar metanol em carro flex e descubrimos que se tinha gente que adulterava o combustivel com metanol provavelmente não teria problema abastecer o carro com isso. Do hotel eu e a Rose saimos atras de alcool para abastecer o veiculo, ja que com o carro flex teoricamente poderiamos abastecer com alcool. No total foram 45L de alcool e metanol, que foram comprados em farmacias, supermecado e materias de construção. Foi o abastecimento mais caro que ja fizemos, ja que cada litro de alcool custava mais que 5 reais. Acabamos gerando mais uma prova da teoria da evolução de Darwin, não são os mais fortes ou os mais rapidos que sobrevivem, e sim os que se adaptam. Bendito carro flex!! Obs: o resultado foi ótimo, pois alem de um pequeno aumento do consulmo médio, do frio e da mistura o carro continuou funcionando perfeitamente. Almoçamos e partimos pela Carretera Austral em sentido norte, o primeiro trecho estava ótimo, só tinhamos que parar devido aos piquetes, que acabaram atrasando a nossa viagem. Chegamos na Vila Mañihuales ja anoitecendo, lembrando que no verão anoitece as 22h, e fomos parados em mais um piquete, como ainda faltava muito para onde iriamos dormir e nos falaram que a cidade estava com os hoteis cheios decidimos voltar 2km e dormir em umas cabanas que haviamos visto. Era uma gracinha, muito arrumadinha, tinha um fogão e um aquecedor a lenha, imagina se não faz frio. Graças ao nosso kit de comida não fomos dormir sem comer. Para a entrada tinha salame, torradas, queijo, cerejas( colhidas pelo Allan ) e vinho, de prato principal tivemos sopa e miojo, foi um jantar bem rasoavel para quem estava em uma cabana.

Chile Chico a Coyhiaque

No dia anterior quando entramos no Chile haviam nos avisado sobre a falta de combustivel devido a protestos da provincia de Aysén, mas o Luciano decidiu encarar mais uma aventura na viagem. Antes de partimos os homens deram uma passada no lago para jogar água no carro, creio que deveria ter uns 20kg só de barro, e aproveitamos para trocar dinheiro com um senhor que estava hospedado no hotel, nunca é bom andar sem dinheiro, isso foi necessario pois não sabiamos se conseguiriamos entrar novamente no Chile. Andamos aprox. 100km contornando o lago General Carrera, que é o segundo maior lago da America, conhecido tambem como lago Buenos Aires no lado Argentino. A estrada era de ripio e bem perigosa, o tempo todo estavamos entre paredões e precipicios, mas com paisagens maravilhosas e graças a sua grande profundidade os tons de azul que variam na água são de tirar o folego. Quando chegamos em Puerto Guadal passamos rapidamente na Pousada El Mirador, que ja haviamos visto pela internet, mas não serviam almoço só janta. Fomos almoçar em um restaurante dentro da cidade, era bem pequeno, a dona era caixa, garçonete e cozinheira, o unico prato era frango com algum complemento. Ali fomos informados que não havia nenhum tipo de combustivel nem em Coyhaique. De lá andamos 40km até Puerto Tranquilo, que ao nosso ver parecia ser mais longe. O nosso proximo objetivo era ver a Capilla de Mármol, formações feitas das rochas de marmore desgastadas pela água no decorrer de milhões de anos. Para isso fizemos um passeio de barco, 5.000 pesos chilenos por pessoa( a descida de carro ate o lago foi facil, o duro seria a subida ). Realmente eram muito bonitas, principalmente pelo contraste feito pela água azul com o marmore branco. Poderiam ter avisado na placa para só descer carros 4x4, pois na volta tivemos que dar um empurrãozinho para o carro subir, foi bem engraçado, parecia o filme Pequena Miss Sunshine. Depois foram mais 80km até Coyhaique, onde paramos para dormir no Hotel Los Nires, apenas tem o mesmo nome do hotel de El Chaiten. A cidade estava lotada, lá era o unico local que tinha uma infraestrutura maior na região e devido a falta de combustivel praticamente todos paravam ali. Nós, como todos que tiveram que parar lá, estavamos sem combustivel para continuar a viagem, e nenhum posto se quer tinha uma previsão para chegar gasolina e disel. Resolvemos não ficar esquentando a cabeça, fomos jantar, o restaurante era mediano mas quebrava o galho, ja que a maioria estava encerrando o serviço.